sábado, 31 de agosto de 2013

Ei!... Cadê aquela alegria, hein?


Ah!... E eu sei lá?!...
Às vezes a brincar
Ela se esconde
Inesperadamente

Ah! Tomara
Que não desapareça
Pra sempre
Porque ela é a flor
Do meu encantamento
Mas que sorrateiramente
Ela sempre se esconde
Ah! E como se esconde!
                                          
Veja só!...
Ainda há pouco
Ela saracoteava por aqui
Como se fosse
Um passarinho serelepe
Ou quem sabe
Uma borboletinha azul
A saltitar contente
Pelas petalazinhas
De um “amor-perfeito”
Todavia de repente
Zupt zapt zum... sumiu!
Ara! Essa deliciosa alegria
É mesmo muito dissimulada!...

Olha aqui dona alegria
Deixa de ser tão serelepe
Mas por favor!
Não te demores tanto
A surpreender-me novamente
Porque não quero
Debulhar-me em prantos
Vez que cá comigo
Prefiro eu rasgar-me
Em largos e abundantes
Belos sorrisos
Que tanto enfeitam
O nosso dia-a-dia...

Montes Claros(MG), 13-07-2013
RELMendes         


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Feliz leniência!


A noite lá se ia avançada...
As estrelas cintilavam... 
Que nem pirilampos alvoroçados.

O silêncio aquietou-se,
Sem economias.
Contudo...
Parecia-me ouvi-lo...
A chamar-me:
“Ei, vem cá prá fora”!...

Então...
Leniente, obedeci às pressas!
Sai da tenda de minhas indigências...
Orvalhei-me de estrelas...
Clareei-me de luar...
E depois...
Adormeci... extasiado!
Simples assim...

Montes Claros (MG)- 06-08-2013
RELMendes      

sábado, 17 de agosto de 2013

...O bailarino do sertão!

A Igor Xavier o menino de sua mãe


-O bailarino do sertão
No bailar do dia a dia de sua vida
Ainda em flor a desabrochar
Em sonhos e mais sonhos
Era um garboso jovem dançarino
Mas um carcará valente
Ao tecer ávido
Seu ninho de esperança
Em um porvir venturoso

-Entretanto...ao bailar,
Em um tablado ou palco
Onde talentosamente exercia
Seu sublime ofício de dançar
Era tal qual uma garça branca
De nossas belas veredas
A esvoejar elegante e esplendorosa
Em cadência compassada e graciosa
Quer a pés em chão
Quer a pés em ar

-Nessas suas sublimes performances
Ele o bailarino do sertão
Sempre encantara a todos
Que o viam bailar e bailar
Posto que bordava gestos
Leves ternos encantadores   
De uma inenarrável beleza
Pra se ver embevecidos
Pra se admirar extasiados  
Pra se contemplar
Boquiabertos enfim

-No entanto...em um dia qualquer,  
Abruptamente
Sem pena nem dó
Ceifaram-lhe a vida
Ainda em flor a desabrochar
E aquietaram-lhe a arte buliçosa
Do bailar e bailar
Tal qual uma garça branca
Das veredas desse sertão
E por conta dessa crueldade
Até hoje em dia...
Choramos de saudade
Clamamos por justiça
E esse nosso sertão sofrido
Lamenta profundamente a ausência
De sua garça branca bailarina
Que se fez estrela
Pra enfeitar o firmamento        

Montes Claros(MG), 16-08-2013
RELMendes 

sábado, 10 de agosto de 2013

O retrato escrito de uma alma linda

                       Madre Teresa de Calcutá


-Essa mulher de aparência tão frágil
Portava sempre consigo:
- Um sorriso...largo e generoso,
Repleto de muito amor e compaixão
(Para acalentar todos os desvalidos da vida
Que carecessem de esperança e alento...)

-Ela portava sempre consigo:
- As mãos, totalmente...disponíveis,
 (Para que pudessem ajudar...sempre,
A socorrer...de pronto,
A quem delas necessitasse...)

-Ela também portava sempre consigo:
- Muitos e muitos sonhos - inspirados
Pela Luz Divina do Amor Eterno -
Que sempre lhe permeavam o ser...
Tão humano e tão de Deus, enfim...

-Ela  ainda portava sempre consigo:
- Uma discreta alegria...permanente,
(Porquanto amava o “Amor”
Na pessoa do irmão sofredor...)

- Uma delicadeza...evidente,
(Pois bem conhecia as brutalidades
Da espécie humana...maculada
Pelo egoísmo adâmico )

- Uma serenidade...envolvente,
(Porque sabia que era...apenas, um lápis
A escrever as querenças do seu Criador Amado...)

- Uma presença...acolhedora,
(Que a todos...sem exceção alguma,
Atraia e encantava...ao aquiescê-los
Com  a ternura Deus...que dela transbordava
Em suas almas e corpos tão debilitados...)

-Por fim, de olhos vivos...bem abertos,
Pois ela os mantinha sempre atentos
A tudo o que ocorria...aos pobres abandonados
Pelas ruas e vielas das periferias de Calcutá...
- Ora, os mais marginalizados, enfim!...
Daí, então, a terem cognominado:
- A Santa das sarjetas do século XX...
Mas seus olhos eram sempre refulgentes
De imensa ternura e de inenarrável alegria...
Porquanto eram destituídos...totalmente,  
Da sombria mácula da tristeza...
E, aliás, também, porque eram...sobretudo,
Revestidos da imensa alegria do evangelho
Que ela, Madre Teresa de Calcutá,
Tão bem, mostrou...a nós e ao mundo inteiro,
Como verdadeiramente vivenciá-lO,
Pois dela sempre resplandecia uma imensa satisfação
Em se consumir...inteiramente,
Transbordando de amor...a seu próximo sofredor,
Em quem ela contemplava a Sagrada Face
De seu  Amadíssimo Senhor...


Montes Claros(MG), 04-09-2016
RELMendes


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Um colóquio envolvente...

( Um diálogo entre a alma e o seu Criador)


Ah, minh´alma carece de amar o AMOR!...

Às vezes, minh´alma se faz ave de arribação,
E voa... voa... voa...
Até chegar lá...
Onde o AMOR habita...

E, ao adentrar em sua divina morada,
Põe-se então minh´alma a ouvir
O que o AMOR a suspirar lhe sussurrava:
“És a menina dos meus olhos”;
“Eu te tatuei na palma de minha mão”;
“Eu te transporto... sobre minha plumagem”;
“Eu te cubro com a sombra de minhas asas”;
“Eu sempre torno tuas trevas em aurora”,
  E sussurrou... sussurrou... sussurrou...
  Sem economias!... 

Ao som desses doces acordes
Do timbre de tão divino sussurro,
Inebriada de Amor, minh’alma
Queda-se em “ais” de alegria...

Após um curto espaço de silêncio fecundo,
Prorrompe minh´alma
Em apaixonados colóquios divinos:

-Quem és tu, ò meu Amado?
Pergunta-lhe  minh´alma apaixonada...
Então, diz-lhe à minh’alma:
  “Eu Sou” o teu tesouro!
  “Eu Sou” aquele que ama todas as gentes!
  “Eu Sou” o filho de Maria!...
  “Eu sou” cada um...
    E todos os marginalizados da vida...
    Tanto os das periferias geográficas...
    Quanto os das periferias existenciais da humanidade...

Então, inflamada de AMOR,
Pergunta minh´alma curiosa:
-Como te chamas, ò meu doce Amado?
Então,respondeu-lhe:
Simplesmente... 
Eu me chamo JESUS...
Agora vá...
E fale do meu AMOR por ai afora...

Textos para Reflexão:
Dt 32,10,
Iz 49,16,
Dt 32,11,
Am 4,13.
Lc 1,30-31
Mt 25,33-45
Jo 14,6,
Ex 3,14
1 Jo 4,8


Montes Claros(MG), 28-07-2013
RELMendes