quinta-feira, 25 de junho de 2015

O último poema!

Ouça!

Apagando o crepúsculo
A tarde findou às pressas.

A noite ainda menina
Se derramou dos versos
Na enseada do adeus
Argentando-a de clarão do luar.

O meu barquinho
Lentamente,
Singrou mar adentro
Sem avisar a ninguém.

E eu... Ah!
Eu vestido só
De mim mesmo
Simplesmente parti
Sem acenar a mão
Aos versinhos singelos
Que vieram ao cais
Se despedir de mim.
Mas que desconsideração ara!

Montes Claros MG, 10-05-2015
RELMendes 


domingo, 21 de junho de 2015

Fecunda instabilidade

(um pouco de mim e de todos nós, enfim...)

-E vamos que vamos
Porque...lá acolá,
O mundo inteiro nos espera...enfim!

-Dizem que sou instável
Claro!...  E porquê não sê-lo? 
Nasci à beira do mar...
E de marola em marola
Num constante vai e vem
Despejo-me...sem censuras,
Nas areias da vida
Vida que jamais serenou em mim
No enfrentamento corajoso
Das vicissitudes do dia a dia

-E vamos que vamos
Porque...lá acolá,
O mundo inteiro nos espera...enfim!

-Ah! Sempre anelei ser precursor
(Do que virá...obvio!)
Sempre ansiei trazer à tona
O escondido no pretérito e no futuro.
Por quanto sei que sempre magoei  
E fui magoado enfim
Entretanto tenham por certo
Que penso e sempre pensarei
Que de “mãos dadas”
Será bem mais fácil
De se percorrer o tão anelado
Caminho da felicidade...
Que sempre é bordado de nós
( E mais nós!)
E nunca...tão-somente
Jamais de mim sozinho.

-E vamos que vamos
Porque...lá acolá,
O mundo inteiro nos espera...enfim!

Montes Claros (MG), 13-06-2006

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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Cá entre nós

( apenas uma potoca poética)

-Olha só!...
Gente, tudo parecia transcorrer
Na maior normalidade:

-A madrugada ainda escorria...
Lenta e sorrateira,
Pelas ruas e vielas
Da cidadezinha adormecida...

-A aurora, também, ainda, adormecida
Ressonava, profundamente...
Sem problema algum.
Vez que nem imaginava
O que poderia acontecer...

-As estrelinhas, também,
Despreocupadamente, ainda
Pirilampavam na saia godê  
Da noite vaidosa... 
Ui!... Que nem pirilampos...
 Enamorados, ao clarão do luar?!
Sim, tal qual!

-Quando, de repente,
( tchan... tchan...tchan...)
A tilintar seus barulhentos sininhos
E chocalhinhos indianos...
Inesperadamente,
A espalhafatosa verve surgiu...
Despertou-me, sem se desculpar,
Abduziu-me, logo em seguida...
E lá fui eu dependurado...
Num  lindo balãozinho multicolorido,
Lá pros lados dos céus
Dos sonhos encantados
Das fantasias pueris maravilhosas,
E dos meus versinhos quase safados...

-Então, porquanto tamanho encantamento,
Descuidei –me  e despenquei-me
Céu abaixo, caindo sobre o casco
De uma velha tartaruginha que caminhava...
Lentamente, mastigando sementes
De girassóis dourados.

-Ufa!... Mas dessa vez
Eu pinoquei demais da conta, sô! 

Montes Claros- MG 18-06-2015
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terça-feira, 16 de junho de 2015

Soneto ao “Cuidador de Idoso”

                   (Apenas uma poecrônica!)


O conteúdo desse soneto, poema, crônica,
Ou sei lá o quê, eu o revelei a um companheiro
De caminhada, muito antes mesmo de
Rabiscá-lo em um papelzinho qualquer.
Esse meu amigo, muito curioso,
Logo perguntou-me:
- Mas, que história é essa
  De soneto de gratidão?!
Então disse-lhe alegremente:
 - Vem cá, que eu te conto!
Cá entre nós
A coisa é mais ou menos assim,
E pus-me  a declamar:

Cuidador, cuidador de idoso
Talvez sem você
A velhice não fosse...
Um momento tão belo da vida!...

Mais que um poema,
Isto é uma crônica, escrita
No afã de homenagear
Com imensa gratidão
A todos aqueles que ontem,
Hoje, e, por decerto, amanhã...
Dispor-se-ão a facilitar
A vida dos idosos.
Porquanto tamanho desvelo
Há que se cantar louvores de gratidão
A esses profissionais generosos.

Cuidador, cuidador de idoso
Talvez sem você
A velhice não fosse...
Um momento tão belo da vida!...
Este digno e misericordioso oficio,
De cuidador  de idoso,
Existe, desde que o mundo é mundo!
Só que, até a bem pouco tempo,
Quando ainda entre os familiares
Abundante afeto havia
Este ofício, de cuidador de idoso,
Cabia aos mais generosos da família
Que se encarregavam
De tomar conta de seus velhinhos.
Mas, atualmente,
A coisa já não é bem assim
Porque nos tempos atuais
Em que, agoniado,
Cada um só se empenha
Na busca do seu próprio sucesso,
E na de sua discutível felicidade,
Não há mais quem queira se dispor a cuidar
Daqueles que na família envelheceram.

Cuidador,” cuidador de idoso”!
Talvez sem você,
Da vida ainda a ser vivida,
A velhice se tornasse
A mais difícil etapa da vida
A ser vencida...

E eis que nessa fresta...
De lamentável abandono,
Desponta,  fora da família,
O “cuidador de idoso” profissional
Que se dispõe a lutar
Contra a “eutanásia cultural” dos idosos...

Cuidador, cuidador de idoso
Talvez sem você
A velhice não fosse...
Um momento tão belo da vida!...
O “cuidador de idoso” profissional
Esse extraordinário personagem
Dispõe-se agora a assumir esse oficio
A fim de auxiliar os idosos
A enfrentar, com galhardia,
Os muitos obstáculos
Que até então desconheciam.
Mas que daqui em diante...
(tenham por certo!)
Far-se-ão pontuais na travessia
Do dia a dia de qualquer idoso.

Ah, cuidador,  cuidador de idoso,
Traga consigo, também, seus sonhos...
Seu jeito de falar, sua alegria, sua esperança...
E seu imenso desejo de ajudar...
Então serás muito bem-vindo
E serás também, capaz de rezar juntos:
A saga da velhice
Que é feita de partilhas...
E de respeito às diferenças...

Cuidador, cuidador de idoso
Talvez sem você
A velhice não fosse...
Um momento tão belo da vida!...


Montes Claros (MG), 30-05-2012
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domingo, 14 de junho de 2015

Quem quer espantar a tristeza, Há de ter tempo, sempre!


Quem quer espantar a tristeza,
Há de ter tempo, sempre!

-Tempo de agradecer o dom da vida...
Tão inenarrável, porquanto... Esplêndido!

-Tempo de colher as surpreendentes
Surpresas de Deus que...a cada momento,
 Inebriam-nos, abundantemente...

-Tempo de se encantar...extasiados,
Com o resplendor inebriante
De alvoreceres sempre bordado
De auroras fulgurantes...

-Tempo de...sem pundonores algum,
 Querer-se bem a si mesmo
 E a todos...a seu derredor,
 Com muita ternura...e alegria,

-Tempo de se alegrar com o reboliço
 De crianças e passarinhos
 A se despertarem, jubilosos,
 Com o novo amanhecer...

-Tempo de acalentar a paz...
 Primeiramente, em si mesmo,
 Para depois semeá-la mundo afora...

-Tempo de se embalar nos braços
Do novo amor que...inesperadamente,
A nós se achega...bem devagarinho,
Sem dizer a que veio,
Nem tampouco de onde veio...  

-Tempo de se inebriar com o crepúsculo
Prestes a acontecer com a inevitável
Chegada da noite...bordada de estrelas,
 E tudo mais, enfim.

Montes Claros- MG 14-06-2015
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terça-feira, 9 de junho de 2015

E NÃO SER TRANSPARENTE, POR QUÊ?!


-Pra falar a verdade... verdadeira,
( Ui, que redundância!)
Por causa de meus pífios conhecimentos
( Pífios?... Ui, que palavrão!)
Eu não sei quase nada, nem de mim,
(Poetinha tão singularmente abusado),
Nem de passarinhos...
(Tão graciosamente, serelepes!),
Nem de pessoinhas...
- Ora tão graciosas,
- Ora tão metidas à besta,
Nem tampouco da vida,
Haja vista que ela...a vida, é uma matulinha
De surpreendentes momentos...

-Porquanto tudo isto, é que...na verdade,
Penso que todos nós:
- Eu, o poetinha ingênuo; - os passarinhos
Serelepes e as pessoinhas...melindrosas,
Talvez sejamos, apenas, uns corajosos
E habilidosíssimos,
Malabares dos senões que nos impõem os
surpreendentes “ Quid pro quo´s” da vida.
Ah! E esses tais ai, sempre nos espantam!
E tenho o dito!

Montes Claros- MG, 09-06-2015

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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Uma historieta intrigante


Lá não sei bem eu donde
- talvez, quem sabe, no esconderijo de
  meus versinhos estrambelhados-
Letrinhas, buliçosas, de linguinhas afiadas  
e palavrinhas em desuso se estranhavam,
acintosamente, murmurando, umas contras as outras
em alto e bom som, despautérios de arrepiar
e engasgar, até centopeias embriagadas...

Então, de orelhas em pé, eu, curiosamente,
tentava saber do quê se tratava tamanha algazarra.
Qual não fora o meu espanto!
Ara! Elas apenas disputavam
Entre si, qual delas seria a próxima   
a ser publicada em meus singelos
Versinhos...
Tem quem possa com isso?!

Montes Claros( MG) 04-06-2015

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