" ...E tento poetizar profundamente as saborosas e indescritíveis emoções... Já intensamente vividas outrora!..." (RELMendes)
domingo, 25 de janeiro de 2015
Emborcando-me sobre hilárias lembranças da casa paterna!
Era uma casa muito engraçada. Faltava de tudo, mas sobrava algazarra e muita peraltice de seus inúmeros habitantes: filhos, netos, agregados e vários amigos, que nela se instalavam sem data para partir. Uma esculhambação generalizada se instalara sob o telhado que cobria o velho casebre de meu querido pai para torna-lhe os dias mais suportáveis, já que um AVC o debilitará, sem pena e sem dó! Mas nessa casa muita engraçada, ocorria também, muita patifaria, porque nela havia muito cacique pra pouco índio.A época em que o AVC o acometera década de 80, eu morava em SAMPA, mas vez por outra, o seja, duas vezes por mês eu vinha visitar o meu querido velho, aquele cara meigo e violento que amou todas mulheres e morreu, entre gardênias e outras “cositas más”, na rua camélia 16, bairro Santo Expedito, hoje bairro sagrada família. Nessas minhas muitas idas e vinda para visita-lo, sempre flagrava cenas muito hilárias: - certa feita, ao chegar inesperadamente, encontrei a tribo toda, inclusive meu velho, reunida na sala de visita, a gargalhar despudoradamente. Então, perguntei-lhes:
- Por que tanta algazarra gente?
Depois, de muitos tapas e beijos de cumprimentos inúmeros, meu irmão mais novo me contou o motivo:
- É que, ao eu passar diante do ventilador que refrescava nosso pai, soltei um pum bem fedido, e a catinga foi direto ao seu nariz, e ele pensou que tivesse sido meu amigo que estava sentado à sua esquerda, e voltando-se para o menino, disse-lhe em alto e bom som:
- Tu tá podre!
Então, soltei uma gargalhada espalhafatosa e disse a meu irmão:
- Etá Guilherme, quando é que você irá deixar de fazer estas patifarias?
D`outra feita, meu ônibus não sei porquê, se antecipou ao horário previsto para sua chegada à Montes Claros. Destarte, tal fenômeno me possibilitou flagrar uma belíssima cena em que a alegria de viver era protagonizada pelo meu velho pai.
Ainda sonolento, vez que não durmo quando estou viajando, não percebi, de imediato, que um taxi, trazendo meu velho para seu casebre, adiantara-se, ao meu, em entrar no amplo pátio da frente de nossa casa muito engraçada. Surpreendi-me, sobremaneira, ao perceber que o velho querido decera do taxi sozinho e aos berros:
- Sou índio!
-Ha ha há...
- Sou índio!
Aproximei-me, dele, sorrateiramente, e perguntei-lhe:
- Posso saber o porquê de tamanha euforia?
Ele olhou-me sorridente, abraçou-me...
E disse-me apenas: - Sou índio!
Eu perdia-me em curiosidades. Mas tive que esperar que “Mãe menininha do nosso casebre” acordasse lá por volta das 19, 00 hs, para que ela me relatasse o motivo de tamanha euforia do nosso amado velho.
Confesso que o bendito mantra paterno – “eu sou índio!” - martelou-me a mente durante o transcorrer do dia inteirinho, e transformou a espera da noite num verdadeiro tormento, vez que cabia a mim conter a voraz curiosidade que em mim pululava sedenta.
Enfim, a noite chegara trazendo consigo a elucidação do bendito mantra do meu velho querido:
-Eu sou índio!
Tal mantra significaria um grito de vitoria:
Tive, num motel da Ponte Branca, uma excelente performance jovial.
Ah! Meu querido velho era muito matreiro mesmo!
Bom... o negocio é caciquear, porque filho de índio é curumim!
Durmam com está!
Montes Claros, (MG), 14-01-2015
RELMendes
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Há algo em comum... entre o pequi e o sertanejo!
-Há
tempos venho refletindo sobre essa assertiva aí:
-
O que será que eles têm em comum?
-Ah!
Eureca: - os espinhos... Ara!
-Sim,
é verdade:
-
O pequi os esconde sob sua poupa dourada e saborosa!
-
O sertanejo os esconde sob seus sorrisos fartos
E
sua aparente ingenuidade!
-
Mas, tanto o pequi quanto o sertanejo escondem seus espinhos
Com
imensa maestria!
Vejamos,
agora, no recado ao leitor, que dá sequencia a esta minha explanação, o passo a
passo do raciocínio, do qual me utilizei para chegar a essa conclusão tão
espinhosa:
Recado ao leitor:
-ATENÇÃO:
-
Se quiseres saborear o delicioso pequi, sem correr o risco de teres a língua
perfurada por seus terríveis e dolorosos espinhos, roa-o superficialmente. Não o mordas jamais!
Senão
vais ver o que é bom pra tosse...
-
Não d`outra forma, se te dispuseres a conviver com o ressabiado sertanejo,
trate-o com delicadeza... E muita gentileza!
Senão
verás o eclodir de sua terrível ira!
E
tenho o dito!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Montes
Claros (MG), 16-01-2015
RELMendes
domingo, 11 de janeiro de 2015
Quebrando paradigmas
(crônica)
Família não é um mar de
rosas como se decanta por ai afora! Isto desde que o mundo é mundo, ou melhor,
desde o tempo do bumba!
- Pasmem... tanto outrora
quanto na atualidade, filhos e parentes consanguíneos de quaisquer espécies, ou
quais outros tipos de agregados ( com
raras e belíssimas exceções ), são, infelizmente, os maiores infratores das
normas legais do “Estatuto do Idoso” e da “Lei de Deus”!
Para se fazer tal
afirmação, é preciso, no mínimo, ter testemunhado ou vivenciado tão
lamentáveis fatos.
Ora, isto não é tão raro
quanto pensamos:
Os asilos – esgotos da
sociedade – estão abarrotados de idosos abandonados por seus familiares; as salas
de espera do INSS estão repletas de pranto, nelas idosos vertem copiosas
lágrimas de decepção com seus filhos por terem lhes surrupiado os benefícios de
suas aposentadorias ou pensões; os Cartórios de Imóveis, apesar da probidade
moral de seus gestores, sempre de olhos abertos para evitar falcatruas
jurídicas utilizadas por familiares de idosos ingênuos, são, indiscutivelmente,
terrenos férteis para que tais artimanhas ocorram despercebidas. Esses, e outros tantos locais, são onde ocorrem essas lamentáveis
situações que são fontes imprescindíveis para se poder colher subsídios
preciosos que comporão, indubitavelmente, um dossiê de irrefutáveis provas que
fortificarão muito as nossas delações.
Pois é... só sei que eu
não sou o primeiro nem serei o ultimo delator de fatos tão lamentáveis. Há quem
afirme, baseado nas “Sagrada Escrituras” das religiões monoteístas, que o
próprio Deus foi quem primeiro delatou esses fatos tão deploráveis.
Vejamos em algumas
citações bíblicas o porquê dessa afirmação:
Conta-se que ao entardecer
Deus passeava pelo jardim do Édem e sentiu falta de Abel, e pôs-se a questionar
Caim:
- Caim, cadê teu irmão
Abel?”
- Caim, onde está teu
irmão Abel?
Ora, Caim matara Abel por
inveja.
Segundo as mesmas
escrituras, Jacó (Israel) roubará a primogenitura de Isaú, instigado pela mãe
deles;
José, filho de Jacó, fora
vendido pelos irmãos, por inveja, aos mercadores de escravos;
O Rei Davi traiu e
assassinou seu melhor amigo Jônatas, para surrupiar-lhe a esposa; etc etc...
E para concluir essa
retrospectiva histórica judaica-cristã, utilizar-me-ei de um alerta do Senhor
Jesus que muito me faz refletir sobre tão delicado assunto: - “Os piores
inimigos estão dentro de nossa casa.”
( Mt 10
)
Podem até dizer-me: - Mas
que coisa mais antiga!
E eu vos direi no entanto
que: - Nada está completamente morto nem completamente vivo,” como diria Victor
Hugo, mas pulula em algum lugar da memória e vez por outra podemos pegá-las para sabermos por onde desliza o nosso velhaco raciocínio, tão
parvo, tão esdrúxulo. Contudo, tão contestador e tão lúcido.
Então, diante de tantos
alertas válidos, pra ontem e pra hoje, prefiro
andar pela vida sozinho, como diz Caio Felipe:
“Ser sozinho é como andar de bicicleta: você
aprende aos poucos, encontra o equilíbrio, e vai deixando os outros pra trás.”
Em face de tamanhas maldades relatadas por idosos
em toda a espécie de mídia na atualidade, é preciso que se bote a boca no
trombone!
Monte
Claros (MG), 11-01-2015
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