Ao cair da tarde,
Logo após o incandescente
crepúsculo sertanejo,
Soa... insistentemente,
A barulhenta campainha de
minha casa.
Atendo de pronto,
E um tanto quanto
apressado.
Oh, era ela!
A musa de meus sonhos
abusados,
A inspiradora de meus
libidinosos desejos.
Pediu-me água com um terno
sorriso,
E dei-lhe, além de água,
sorrisos maliciosos,
Olhares sôfregos de
inenarráveis desejos,
E, também, o meu coração
desprevenido.
Logo após ter saciado a sua
falsa sede,
Sem constrangimento algum,
Inquiriu-me curiosa:
“Amas alguém”?
Amo! Respondi-lhe,
enfaticamente!
Só não lhe revelei a quem,
Porque não me deu chance.
Uma profunda tristeza
cobriu-lhe a face,
E partiu... imediamente,
Sem saber que por ela me apaixonei.
Nunca mais a vi,
Só sei que, de repente, a
amei!
Montes Claros (MG),
26-11-2011
RELMendes