segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A saga de amor de uma “Sempre-Viva” do agreste



-Dentre as muitas/ mimosas/ “sempre-vivas”/,
Que/ graciosas/ enfeitam a rústica paisagem
Deste amado sertão /agreste/
Há uma que/ por ser/ de todas/
A mais formosa /singela e corajosa/
Não hesitou em desabrochar/ luminosa/
No famoso jardim dos ressabiados /Mendes/
Pra orná-lo de alegria...aos borbotões/
E orvalhá-lo de ternura...aos montes!

-Com porte... e nome /de rainha...
Altiva/Beth palmilhou /sonhadora/ ..
Por entre Rochas e Mendes/
Polvilhando-os /a todos/de esperanças.

-E porquanto/ e muito mais/ainda/Beth/
A luminosa “Sempre-Viva” do agreste/
E seu namorado /quase sempre/ emburrado/
Foram tecendo/pouco a pouco/ sua saga de amor:

- Pelo lago sereno de seus olhos /enamorados/
Navegou/ encantado/ meu irmão Charles
(Por nós cognominado:- o cabo véio da Beth),
Por quem /até hoje/ os sorridentes /olhos/
Dessa luminosa “Sempre-Viva” /do cerrado/
Marejam/vez por outra/ lágrimas/ preciosas/
De uma interminável saudade...

Montes Claros, 24-01-2013
RELMendes


domingo, 27 de janeiro de 2013

O Complexo Eu


                
Da poesia nasceste...em mim,
Ó liberdade tão ansiosamente anelada,
E como se foras o único encanto...
De uma utopia infantil,
Busquei-te...desvairadamente,
Sem dar-me conta das muitas ausências...
Que em meu ser...cedo ou tarde,
Frementes,  aos montes, plangeriam-me ...  

E aí, então,  a solidão...
- Saudade das muitas ausências- presentes-
 Far-me-á  declamar versos de lamentos:

-Oh! Canto o inexplicável...
Sinto o injustificável...
Capto a alegria da esperança,
Mas acho que me perdi,
Porque os perdi ao relento...
Oh, meus amado rebentos!

-Oh! Falo, digo, reclamo...
Mas não compreendo-me...
É  um anseio vazio constante
De tantas  presenças ausentes
Que em mim passeiam...
-Maltratando-me sem pena nem dó-
Perco-me na solidão...
Desespero-me de saudades...
Desejando ser eu e nós juntinhos,
Em mim mesmo,
E no universo das criaturas...

Montes Claros, 30-01-1976

RELMendes

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Questionamentos



-Libertei-me...verdadeiramente/
Ou sou apenas um pierrot/aos prantos/
A desnudar sua agonia /por aí afora?!

-Houve cartarse/ aos borbões/
Ou somente negações/inúteis/
 Foram regurgitadas/por mim/aos montes/
Nos desvãos de minh’alma plangente?

-Ah! Não sei! Não sei!
 Só sei que/neste em mim agora/
Percebo apenas que sou um poço de mágoas...
A exumar-se d’alma em busca de acalanto/
E pronto!

RELMendes SAMPA  05/01/1991


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Reflexão Transparente





Deixo aberta
A janela do meu ser        
Para sentir a liberdade
Que desejo agora...
E a desejo ansiosamente,
Mas o verde dessa esperança,
 Angustia-me!...

Montes Claros (MG), 30-01-1976                                                  
RELMendes
       

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Sedução



Se não me disponho de mim...
(-ave de arribação-)
Para ofertar-me a ti
(– incenso de paixões-)
Que, sem saber, itinerante avanças
Sobre o melindroso terreno sagrado
De minha inegociável autonomia,
Por que, então, fustigar- me, acuar-me
Ou  envolver-me com teus tantos
Sedutores encantos?...

“-Porque queima-me de amor,
   Uma paixão insana!...”

Se não te enviei nem flores nem olhares,
Nem  tampouco solfejei instigantes
Canções de bem-querer,
(Para atiçar-te adormecidos desejos...)
Por que, então, insistir em amainar-me o tédio
Com essa fragrância inebriante
De tua envolvente sedução?...

“-Porque,alvoroçados de paixão...
   Estão meus loucos desejos!...”

Se não me apraz, por ti, morrer de amores...
(Beijando-te os lábios, de paixão, molhados
 Só para dar-te, à alma, alivio,
 E... das lágrimas, silentes, livrar-te)
 Por que, então, persistes em acariciar-me
 Com teus, insistentes e fascinantes, flertes?...

“-Porque, frementes de paixão,
   Ardem-me os lábios molhados,
   E, também, por quê...
   Os meus ressequidos peitos,
   Sedentos, anseiam-te... ávidos!”


Montes Claros (MG), 22-12-2012
RELMendes