-Chove chuva
almejada...
Chove sem
parar
Ah! Se puder bem
devagarinho
Que nem leite
de peito de mãe
A alimentar
recém nascido faminto.
-Chove chuva
anelada
Chove sem
parar
Se puder bem
devagarinho.
Mas que sejas persistente...
Constante e
duradoura.
Se possível que
nem lágrimas
De mulher
abandonada
Ou que nem
queixumes
De homem
traído.
-Chove chuva
benfazeja
Chove sem
parar
Mas se puder
Que seja bem
de vagarinho...
E sempre a contento
Ou então que
seja mesmo do jeito
Que ao dono do
tempo bem aprouver.
-Chove chuva
plantadora
Chove sem
parar
Tomara que não
sejas tão assustadora
Do jeito que
conhecemos:
Com urros de
trovões ouriçados...
Com relâmpagos
reluzentes...
Com raios de
neon a pipocar
Por todo lado
Com ventos
barulhentos a assoviarem
Por todo canto
Fazendo muito
medo a gente.
-Mas...Chove
chuva benfazeja,
Chove chuva
almejada
Porquanto
quero sentir
Aquele cheirinho
gostoso
Que exala da
terra molhada.
Porque quero
ouvir o barulhinho
Dos pingos
d’água
A tilintarem
no telhado seco da casa
E no telhado
ávido d`alma sertaneja.
-Chove chuva
gostosa...
Chove chuva
vadia
Que fecunda a
terra no cio
E que também
fecunda o coração
Esperançoso do
sertanejo
Que só de
pensá nocê
Chove chuva,
Se lambuza
todinho...
De alegria
verdinha verdinha.
Montes Claros(MG)-
30-09-2013
RELMendes
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