terça-feira, 27 de abril de 2021

Há que se partir um dia

(quer se queira ou não)


-Nada se há que fazer

Ela, a morte, campeia, ultimamente,

Por aqui e lá acolá, também,

A ceifar-nos, sem pena, nem dó,

A quem se ama muito, ou á beça...

E, também, a quem se admira

Ao encantamento ...

 

Á ela, morte, pouco se lhe dá

A dor que nos arrebenta, aos frangalhos,

(quer por fora e por dentro, quando chega )

Nem, tampouco,a amargura, doida da perda,

Que nos corta o coração estraçalhado de saudades,

Quando de surpresa, ela, a morte, nos defronta

Face a face, para surrupiar-nos familiares

E  amizades queridas, sem nenhum

Constrangimento sequer!

 

-Nada se há que fazer

Senão viver com parresia o “carpe diem”

(Tão declamado pelos monges medievais)

Ó “carpe diem”, “carpe diem”

Quão sábia é tua proposição

Sobre a passageira vida...e a inevitável morte...

Tanto para quem busca ávido, só as coisas do alto,

Quanto para quem refestela-se apenas, com as

Vaidades efêmeras desse nosso mundão!

 

-Nada há o que se fazer

Senão tê-la (a temida morte) como irmã

(Que nem o fez São Francisco de Assis...)

Vez que ela ( a morte) e a vida nos acompanham

Desde a nossa concepção no útero materno...

A diferença entre uma e outra é,  a “vida”

Tem tempo certo de desabotoar-se em Alegria,

E a outra, a morte, é sorrateira no seu chegar,

E sempre se desabotoa em profunda Tristeza!

Mas se a irmã morte é-nos inevitável, então,

Na medida do possível, engolamo-la, mas com

O todo o direito de estrebucharmos, aos berros,

Antes de dizermos até breve, a quem nos antecedeu

Nessa grande travessia: - da Morte!

 

RELMendes – 26/04/2021

 



terça-feira, 20 de abril de 2021

Viva e Reviva, Ester!

(Minha amada netinha, em seu segundo dia aqui,

Em nossa Terra sertaneja das Gerais!)

 



-Nasceu Ester, o Sertão “robusto”rasgou-se em sorrisos

E seu Véio vovô aqui, também, abestalhou-se de amor!

(Oxê, o coração do Véio vovô aloprou-se de felicidade!)

 

-Nasceu Ester, a flor mais bonita deste Sertão,

(Seja muito bem-vinda minha amada netinha linda)

Ora, quem a vir tetê-à-tête não há como negar essa

Euforia...assaz justificável, desse seu Véio vovô, cordelista,

Prestes a cantá-la em singelos versos...de amor!

 

-Ester é mesmo uma flor-sertaneja...a desabotoar-se

Entre nós,ou, quiçá, uma bela flor-botão (uma belezura só)

Que se desabotoou faceiríssima, só pra encantar, mais ainda,

Essa nossa bela vida sertaneja:

- Esperta, que nem uma rainha,pois a tudo espia atenta

- Faceira, que nem uma flor-mocinha, pois pura formosura

Chegou por aqui com seus olhinhos espiadores bem

Arregaladinhos, como se namorasse tudo a seu redor...

Como se estivesse, de há muito,acostumadíssima com o

Furdunço desse mundão, que d’ora avante enfrentará com

Muita galhardia e alegria á beça,(graças aos beijinhos e abraços

Dos pais, irmãozinhos,a vós,corujas, tios/as e por aí vai...)

Ainda que esse mundão não lhe seja lá tão confortável,

Quão o era aconchegante o generoso útero materno...

Em que ela, Ester, vivera numa boa, mas, numa boa mesmo!

( por longos nove meses)

Sem lá nada, deveras, a perturbar!

 

RELMendes – 19/04/2021