( poecrônica)
-O barroco é muito
mais que um estilo artístico.
O barroco é,
sobretudo, um jeito de ser e de viver...
Que...visivelmente,
do final do século XVI
A meados do
século XVIII...
Permeou todas
as espécies de obras de arte...
Produzidas
naquele então, já tão distante...
Mas que, ainda
hoje, é tão presente entre os europeus,
E entre nós
brasileiros...quer os da orla marítima,
Quer os das
plagas das Gerais de Aleijadinho...
Aliás, guisa
de esclarecimento, o barroco mineiro
É o verdadeiro
barroco brasileiro.
Porquanto,
tanto seus artistas...
Quanto o
material utilizado em suas obras de arte...
Eram,
totalmente, brasileiros (mineiros).
-Então, vamos
lá ao que nos interessa!
-Nas curvas e
contracurvas
Do movimentado
estilo...(barroco)
Ora, há muitos
momentos de sombra:
Ansiedade!...
Angustia!... Tristeza!...
Dissecação de
cadáveres! Peste Negra!...
Portanto, é acentuadíssimo
seu gosto pelo mórbido.
- Mas...ora, também,
é de todos sabido
Que em todas
as obras da arte barroca...
Esses muitos sombrios
momentos...via de regra,
Intercalam-se...frequentemente, a tantos outros...
De
luz intensa e de uma claridade indescritíveis,
(como se fora eles
verdadeiras epifanias do divino)
A movimentar, alegremente,
a vida do dia a dia
Ali nessas
obras tão explicitamente contidas,
Para
amenizá-las e embelezá-las...sobremaneira,
Face tão
explicita morbidez constante
Com a qual
todos os artistas barrocos as enfeitavam.
-Porquanto, vale
à pena se constatar...
Que em
qualquer pintura ou escultura barrocas,
-Quer em
qualquer uma das inúmeras “Santa Ceia”...
(À nossa
disposição por ai...pra serem apreciadas)
-Quer em quaisquer
outros temas retratados...
Por qualquer
um dos artistas desse dito estilo...
Pois,
certamente lá, em suas obras artísticas, sempre haverá
Um pouco de
tudo do que disse alhures, tais como:
-Numa ceia
esplêndida sempre haverá...
-Um candelabro
aceso, no teto, para iluminá-la a contento;
-Um enxame de
anjinhos bochechudos a esvoaçar pelo salão...
Após transpor
um “olho de boi de pedra sabão”;
-Uma mão a
coçar o orobó repleto de oxiúros...irrequietos,
Ah! Por
decerto, isto, sempre há de haver...ora!;
-Um cachorro e
um porco a vasculhar o lixo à cata de alimentos...
Ah! Certamente
haverá também!;
-Um fiapo de
catarro a escorrer do nariz de um garotinho imundo
Que se arrasta
pelo chão a berrar... Ah! Sem dúvidas há de haver!;
-Um idoso (a)
peidorreiro (a) tentando disfarçar o mau cheiro
Do seu
fedorento peido... Ah! Não pode faltar!;
-Umas belas
serviçais a se movimentarem graciosas...
Colhendo vinho
nas talhas pra servi-lo aos comensais...
Ah! Isso nunca
há de faltar jamais!...
-E não faltarão
tampouco, também, gestos exagerados
A se
derramarem abundantes em todas elas,
Rebuscando-lhes
de um esplendor exuberante...
-Ah! Esse dia
a dia pictográfico do barroco
Sempre se veste
dessa...hilária e encantadora,
Multiplicidade
de detalhes que sempre nos permitem...
Não só
observar a obra, mas, entrar nela...
E participarmos
dela como protagonistas,
Porque, ao esconder,
habilidosamente, seu ponto de fuga...
Qualquer
pessoa, qualquer objeto, ou qualquer coisinha
(aparentemente
insignificante)
Destacar-se-á,
nela, sobremaneira, significativamente,
No mesmo
espaço e ao mesmo tempo...
Tornando assim
a obra barroca...esplendorosa,
Bela, e
extremamente exuberante.
-Ah! O tal jeito
barroco de ser e de viver
É um não explícito...ao
“mais do mesmo”,
(No caso o
estilo renascentista)
É um intenso e
denso movimento envolvente,
É uma
interação total...entre o humano e o divino,
E não, simplesmente,
uma grotesca expressão do feio...
Como disseram
alguns “experts” em arte, mundo a fora.
Montes Claros
(MG), 12-12-2013
RELMendes
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