(o da minha vó materna,
Elvira Gomes!)
Regado de
abundante ternura
Busco
encontrar palavras,
versos, rimas
Que possam
descrever
Seu lindo
sorriso negro
A reluzir ao
clarão do luar...
Um lindo
sorriso negro,
Porque...
Verdadeiramente
Negro!
Um sorriso
negro
Espantosamente
belo,
Porque,
Essencialmente
Negro!
Que o digam as
águas cristalinas do Timbó!
Que o propalem
o vento, o mar, as cascatas
E o látex que
se derrama generoso
Dos sulcos das
seringueiras nativas do Pará!
Um belo
sorriso negro
A reluzir ao
clarão do luar,
Que na terra
não o pude desfrutar
Porque...
quando nasci,
Ele (o sorriso
negro) já havia partido
Lá prás bandas
encantadas do sem-fim
Donde nos vem
o luar...
Ah! Sorriso
negro tão lindo,
Pena que só te
contemplei
Em uma bela
foto antiga
Que... na
capoeira da vida,
Estranhamente
Desapareceu!...
(será por que
hein?)
Oh! Sorriso
negro tão belo
A reluzir ao
clarão do luar,
Dos teus
melodiosos fulgores
Muito ouvi
falar!
(Claro! Só em meio
a preconceituosos
bochichos de familiares
e em profundo clima de segredo,
porque a maioria desses aparentados
já
haviam desbotado a pele negra!)
Às vezes
questiono-me cá com meus botões:
Formosa
senhora do belo sorriso negro
De uma Oxum
das águas doces,
Se com tua negritude
Inebriaste-me
sobremaneira,
Será que prá teres sido...desta vida,
Arrebatada tão
cedo (33 anos)
Lá prás bandas
do sem-fim
Donde nos
alumia o luar,
Não terás
também fascinado
Os olhos incandescentes
de Oxalá,
Ò bela descendente
de Zumbi?!
(O grande rei
dos Palmares!)
Oh, gracioso
sorriso negro...
A alumiar-se
ao clarão do luar,
Contigo, quero
sempre sonhar!....
Montes Claros
(MG), 20-11-2013
RELMendes
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