quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Um professorzinho arretado

(sempre pintei para os meus alunos

 novos horizontes...)
Nunca despertei    
Alunos ou alunas
Senão para a vida...ora!

Apesar de n´s controvérsias
Próprias do delicado oficio
Nós não estávamos nem ai
Pois a procissão da vida
Tem de continuar
Quer se queira ou não
E o tempo não espera ninguém
Que cochila no caminho.

-Portanto juntos  
Quer só em sonhos
Quer tão-somente
Em pesquisas bibliográficas

Transpúnhamos as montanhas
Das terras do saboroso pequi
E chegávamos alhures
Quiçá até lá pelas bandas
Das terras frias do Sul
Em busca de novos horizontes
Nunca dantes...até então,
Por nós navegados.  

Nunca despertei
Alunos ou alunas
Senão para a vida...ora!

Entretanto frequentemente
Alçávamos voos inenarráveis  
Para muito além do melancólico
Mais do mesmo em que vivíamos
Por essas bandas de cá
Desse amado “Sertão”.
E por quanta ousadia à época
Os nossos voos eram  
Ora serenos tranquilos
Ora turbulentos    ...
Vez que eram frutos de debates
Abertos francos e intensos
O que nos permitia apreender
Que nem todo o não nos nega
Que nem tudo o que se almeja         
Se obtém no momento exato
Em que se deseja enfim
Todavia tentar também
Não custa nada... Pois não?!   
                                                         
Nunca despertei
Alunos ou alunas
Senão para a vida...ora!

Entretanto ainda hoje
Com eles e elas...no coração,
Porquanto fora professor
Sempre ressurjo
Entre eles
Inesperadamente
Muito mais livre
Muito mais independente...
Muito mais feliz...
E muito mais senhor
Do meu destino enfim.
Então que se dane o mundo
Porque não me chamo Raimundo
Mas que não se dane o resto
Porque me chamo Ernesto!

 Nunca despertei
Alunos ou alunas
Senão para a vida... Ufa!
Mas que valeu a pena...
Ora, se valeu!...

Montes Claros (MG), 15-10-2015
RELMendes

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