( Epitáfio )
-Eu quereria
que fosse singela
como meus
versins...
Que ela fosse
discreta
como o
desaparecer dos passarinhos,
- Que sempre
partem...sem alarde algum,
Pois quando se
dá conta...pronto,
simplesmente,
já se foram...há tempos,
simplesmente,
já desapareceram,
sem nenhum
bater de asas...insolente,
sem nenhum
solfejo estridente sequer...
- Dizem que é
porque morrem de flores,
e jamais de
espinhos... -
-Ah! É bem
assim...como os passarinhos,
que eu almejo
partir daqui...
para o todo
sempre...um dia,
sem assovio
algum...
sem
estardalhaço nenhum...
sem sequer um
bater de asas enfim...
-É isso
aí...tão-somente,
o que trago
n’alma de forasteiro...na terra,
e no coração
de poetinha...
passarinho em
arribação...
-Ah! E se alguém
perguntar por mim,
Ora! Diga-lhe
que me fiz canarinho do reino,
e voei
serenamente lá pras bandas de céu...
A discrição e
o silêncio...
Honrar-me-ão e
ao passarinho que fui em mim.
Montes Claros
(MG) 13/07/2016
RELMendes
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