domingo, 9 de maio de 2021

Tempos em breu entontece-nos

(Visitemo-nos a nós mesmos!)


-Quem não mora em si mesmo

Desatina-se a caminhar sem rumo

Prestes a soçobrar ante os vagalhões

Que todo dia sem faltar o surpreende

No de repente da sua vida sem cais

Aonde atracar-se com segurança...


-Então, não fiques aí hirto, buscai, silente,

Apenas consigo mesmo, tão somente,

Tua morada ( interior) e refestele-se por lá...

Em seus desvãos, aonde, quiçá, se aquietarão

Tuas incontáveis indagações acerca da vida,

Até te transbordares de amor por ti, e não,

Tampouco, pelo outro, que carente de um tudo,

Percorre ao longo do teu caminho, sem o vires,

Ou esgueirando-te dele, propositalmente!


-Quem não mora em si mesmo

Vislumbrará, quer queira ou não,

A dolorida solidão hospedar-se

Lá onde jamais pensara haver

Uma morada (interior) para onde

Pudesses zarpar, com vento brando,

Para estares em tua própria companhia,

E possas pastorear tuas mazelas tantas,

E,sobretudo burilares o amor, que quer

Fluir de ti, para ablucionar esse mundo de

Compaixão!!

 

RELMendes – 25/04/2021

 

 



terça-feira, 27 de abril de 2021

Há que se partir um dia

(quer se queira ou não)


-Nada se há que fazer

Ela, a morte, campeia, ultimamente,

Por aqui e lá acolá, também,

A ceifar-nos, sem pena, nem dó,

A quem se ama muito, ou á beça...

E, também, a quem se admira

Ao encantamento ...

 

Á ela, morte, pouco se lhe dá

A dor que nos arrebenta, aos frangalhos,

(quer por fora e por dentro, quando chega )

Nem, tampouco,a amargura, doida da perda,

Que nos corta o coração estraçalhado de saudades,

Quando de surpresa, ela, a morte, nos defronta

Face a face, para surrupiar-nos familiares

E  amizades queridas, sem nenhum

Constrangimento sequer!

 

-Nada se há que fazer

Senão viver com parresia o “carpe diem”

(Tão declamado pelos monges medievais)

Ó “carpe diem”, “carpe diem”

Quão sábia é tua proposição

Sobre a passageira vida...e a inevitável morte...

Tanto para quem busca ávido, só as coisas do alto,

Quanto para quem refestela-se apenas, com as

Vaidades efêmeras desse nosso mundão!

 

-Nada há o que se fazer

Senão tê-la (a temida morte) como irmã

(Que nem o fez São Francisco de Assis...)

Vez que ela ( a morte) e a vida nos acompanham

Desde a nossa concepção no útero materno...

A diferença entre uma e outra é,  a “vida”

Tem tempo certo de desabotoar-se em Alegria,

E a outra, a morte, é sorrateira no seu chegar,

E sempre se desabotoa em profunda Tristeza!

Mas se a irmã morte é-nos inevitável, então,

Na medida do possível, engolamo-la, mas com

O todo o direito de estrebucharmos, aos berros,

Antes de dizermos até breve, a quem nos antecedeu

Nessa grande travessia: - da Morte!

 

RELMendes – 26/04/2021

 



terça-feira, 20 de abril de 2021

Viva e Reviva, Ester!

(Minha amada netinha, em seu segundo dia aqui,

Em nossa Terra sertaneja das Gerais!)

 



-Nasceu Ester, o Sertão “robusto”rasgou-se em sorrisos

E seu Véio vovô aqui, também, abestalhou-se de amor!

(Oxê, o coração do Véio vovô aloprou-se de felicidade!)

 

-Nasceu Ester, a flor mais bonita deste Sertão,

(Seja muito bem-vinda minha amada netinha linda)

Ora, quem a vir tetê-à-tête não há como negar essa

Euforia...assaz justificável, desse seu Véio vovô, cordelista,

Prestes a cantá-la em singelos versos...de amor!

 

-Ester é mesmo uma flor-sertaneja...a desabotoar-se

Entre nós,ou, quiçá, uma bela flor-botão (uma belezura só)

Que se desabotoou faceiríssima, só pra encantar, mais ainda,

Essa nossa bela vida sertaneja:

- Esperta, que nem uma rainha,pois a tudo espia atenta

- Faceira, que nem uma flor-mocinha, pois pura formosura

Chegou por aqui com seus olhinhos espiadores bem

Arregaladinhos, como se namorasse tudo a seu redor...

Como se estivesse, de há muito,acostumadíssima com o

Furdunço desse mundão, que d’ora avante enfrentará com

Muita galhardia e alegria á beça,(graças aos beijinhos e abraços

Dos pais, irmãozinhos,a vós,corujas, tios/as e por aí vai...)

Ainda que esse mundão não lhe seja lá tão confortável,

Quão o era aconchegante o generoso útero materno...

Em que ela, Ester, vivera numa boa, mas, numa boa mesmo!

( por longos nove meses)

Sem lá nada, deveras, a perturbar!

 

RELMendes – 19/04/2021 

 

 


 

quarta-feira, 31 de março de 2021

Mulher Mulher...

 



-Mulher Mulher  

Quer avós, mães, tias, filhas...

És o que de melhor no mundo há!

Oxente, se Deus, algo melhor que tu, criou,

Tenha por certo, escondeu só pra “Ele”!

Mas num criou não viu? Pois “Ele” ao resolver

Ser um de nós – homem - não se fez de arrogado,

E quis ser gerada no útero virginal da Mãe Maria!

 

-Mulher Mulher...

Parabéns pra você

Quer sejas lá o que fores...

És o primor da criação

Que faz a vida fluir em amor.

És a pura flor da farinha

Que nem a doce e forte

Mãe Maria...

Alimentas o mundo de alegria,

Mesmo em tempos de dor doida...

 

-Mulher Mulher...

Parabéns pra você

Seja lá o que o valha

Pois o Criador de um rascunho

(Por “ELE” chamado Adão...)

Fê-la tu, ó Eva sapeca

Vez que curiosa á beça!

Mas, também,bendita Eva que a Deus

Fez retocá-la tim tim por tim tim.

E rebrotou-a Mãe Maria, (Nova Eva)

Da qual você, sem constrangimento,

Surrupiou-lhe tudo que no mundo há de bão:

- Ternura, - coragem, - força propulsora da vida

E, sobretudo amor, amor e amor de sobra, pra dar

Uma florescida onde não haja alegria...

 

-Mulher Mulher...

Parabéns pra você

Quer buchuda, magricela,vitalina, velha

Ou menina-mulher prestes a desabotoar-se

Mas sempre bela, uma linda a meu ver

Vez que companheira, pro que der e vier,

Corajosa á beça, empreendedora a rodo,

Enfeitadora do mundo, ás vezes em breu.

E quando ama e é amada...sustenta seu

Amado, carinhosamente,até nas horas

Da visita inesperada da malquerida miséria.

Isto ainda acontece por incrível que nos pareça!

 

RELMendes – 11/03/2021


terça-feira, 30 de março de 2021

Sussurros daqueles que se amam vida afora

 


-Passaram-se os anos...

-Passaram-se Primaveras...

-Passaram-se Verões,

-Passaram-se Invernos...

E enfim, chegamos ao Outono

De nossas longuíssimas vidas...

Simplesmente,amando_ nos, ao delírio,

Tanto quão nos amávamos no esplendor...

Ou frescor de nossas juventudes distantes...

Isto porque, no detrás desse amor,

Vínhamos cultivando a decisão de nos amar,

Para todo o sempre!

 

RELMendes - 27/03/2021

 


terça-feira, 9 de março de 2021

80 anos prestes a chegar 2º

 (no dia 13/03/2021)



Segundo fragmento:

-Quem diria que estou prestes a chegar aos 80 anos  Se,por muitas vezes, estive dependurado na taba da berada?  Contar-lhes-ei mais alguns dos porquês dessa admiração: - Na adolescência, parafraseando o poeta amado,Mario Quintana,eu morava em mim mesmo, aliás sempre ,morei em mim mesmo (desde que me entendo por gente) com minhas saudades, meus sonhos,com o apito diário do trem a vapor (da velha MOGIANA) a avisar-me sua partida... ou da sua chegada àquela estação do povoado onde morava(Conquista MG)                (pura melancolia, misericórdia!)

-E, porquanto, o anelo imensurável de mandar-me daquela aldeiota... além de aumentar em mim, desmedidamente, estrebuchava, também, no imo de mim, (em meu Castelo Interior, como diria Sta Teresa D’Avila, a maior escritora da Renascença) a sussurrar-me, insistentemente, aos meus ouvidos : - Rapaz, vá-se embora em busca de teus sonhos, ora! Mas cá pra nós, só a partir de meus 14anos, comecei a dar minhas escapadelas,ás escondidas de meu pai, e sem suas expensas... (Concedidas, raramente, mas sempre com muita ojeriza e sovines  ) 

Então, em segredo, fui embrulhar balinhas numa fabriqueta, pra amealhar uns trocados, a fim de poder picar a mula dali, quando em férias escolares. Enfim, florescia-me em espertezas, a cada viagem que empreendia, sorrateiramente, á época:  - aprendi a pegar carona sem medo, estrada afora;   - fazia cara de cachorro faminto, pra angariar um prato de comida de alguma alma generosa pelas estradas; - assim, fui ao Rio (RJ) muitas vezes, e á Sampa, inúmeras, (casas das titias)... Acredita que eu estava lá em Sampa, quando de seu quarto centenário? Pois tava! 

-Mas só debandaria, mundo afora, definitivamente, após a conclusão do curso cientifico ( como, á época, era chamado o segundo grau.)  Como sempre morei em mim mesmo, tinha por hábito fazer de um tudo  e, ,porquanto,nunca furtei-me - como visita - em ser muito útil e,sobretudo proativo em auxiliar meus hospedeiros:

 - cozinhava;- lavava roupa;- faxinava a casa ou apartamento, e por ai vai... 

-Sabe por quê? Porque tem gente que se hospeda na casa dos outros, e não lava sequer o copo d’água, em  que bebeu! Ora, quando assim nos comportamos na casa dos outros,tenham por certo que passaremos,a partir de então, a ser, em qualquer abrigo, “Personas non gratae”, claro!  Esses que se arranchem lá na casa da puta que os pariu, pô!

-Bom, nesse mundo de hoje, onde a porteira do sexo se escancarou, É mais que óbvio que me questionem acerca de meus amores desse meu então, por demais curioso, que agora estou a narrar-lhes,né não? Claro, tive muito amores! Lembro-me, perfeitamente, do nome de todos eles ainda hoje: - “Marilia”...não a de Dirceu, mas a minha; - “Ana Flávia”,  minha doce sanfoneirinha; e por aí vai...  Gente, pra se roubar um beijinho da namorada, á época, era uma  façanha mais difícil que marcar um gol de placa em decisão de final de copa de futebol entre “Cruzeiro X Atlético”(MG). Mas se conseguia, sim! 

 E quando se obtinha êxito em tamanha façanha, com licença da palavra, a gente ia embora cambaleando de prazer, que nem um pato (ave) após copular com a pata (ave) no terreiro de um quintal qualquer. Já viram isto?  Quando não tínhamos êxito, lá íamos nós pras casas da “luzvermelhas”! Era algo cultural, próprio do machismo da época! Os pais incentivavam-nos a frequentá-las com muita assiduidade... Pois não queriam que seus filhos se“abaitolassem”  ( enviadassem)... e, no mínimo, fossem chamados, na aldeia, de maricas, e outros bullyings corriqueiros da época. Coisa, lamentavelmente, ainda muito em voga hoje em dia! “Eta qui quá!!  Mas sobrevivi!”

 

RELMendes – 14/02/2021

 

 


segunda-feira, 8 de março de 2021

80 anos prestes a chegar 1º

(em 13/03/2021)


Fragmento introdutório:

-Quem diria que eu chegaria aos 80 anos

-O que justificaria tanta admiração?

Ora! Porque para tanto: - caminhei pra mais de metros!

- Fiz estripulias e doidices que até Deus duvida!

- Vi coisas lindas, que inebriaram-me a rodo,

E outras, assombrosas, que arrepiaram-me os cabelos...

Até os do meu fiofó, com perdão da palavra!

Oxê, nem lhes conto que, por diversas vezes, estive

Dependurado na taba da beirada, viu?!

Mas sobrevivi!

 

-Quem diria que eu chegaria aos 80 anos

Se, por diversas vezes, estive dependurado na taba da beirada?!

Contar-lhes-ei alguns dos porquês dessa minha admiração:

Se, a pés em chão, busquei – na marra - alfabetizar meus sonhos.

(Enfim, os tempos eram outros, mentes curtas, pra chuchu, ou não?!)

Alfabetizei-os – os sonhos – pena que não do meu jeito, mas sob o

Julgo dos estereótipos arraigados, sem termo, á época, nas prepotentes

Mentes machistas dos de então. Penso que desconheciam a palavra  Diálogo vez que julgavam-se sabedores de tudo que era bom ou ruim,  Quer pra suas fêmeas, desempoderadas, quanto pra seus filhos, Totalmente, dependentes deles!

 

-Vide só o que fizeram comigo, em relação a isso dito acima:

- Quem disse a quem, que eu queria deixar o meu Ceará, Quem disse?

Se o que eu queria mesmo era ficar na “baixa da égua” ( praia do Mucuripe) a catar mariscos, pegar siris e alguns caranguejos, quiçá,  Capturar uns baitas camarões saborosíssimos, sentir a maresia a Passear em meu  corpo, franzino,e salgar-me em suas águas cálidas,  Não tão límpidas, nem, tampouco, verdes, quanto às das demais praias Que circundam o belo litoral do meu Ceará... Ora!

 

-Mas, inesperadamente, sem consultar-me - vez que, á época, criança  Não opinava em nada - abduziram-me do meu belíssimo torrão natal (a bela Fortaleza) e, sem mais, nem menos, levaram-me para uma Cidadezinha Qualquer do Triângulo Mineiro... (tem cabimento isso? Pena que o “ECA” estava longe de existir, ara!)

Ora, mas cá n’alma, fi-lo (assim teria dito Janio Quadros) como diria  Nossa amada “Cora Coralina”: - “removi pedras”, - “plantei roseiras”,  Engoli almeirão (margoso, viu?), - senti uma saudade da molesta do  Meu Ceará, mas sempre, sem titubear, constantemente, fingia-me de Moco pra não sucumbir jamais, ás muitas agruras diárias!

Mas sobrevivi!

 

RELMendes – 13/02/2021

 




quinta-feira, 30 de julho de 2020

DEVERAS


-Alheio caminho/ deveras/ ás tontas...

N’alma nada encontro/deveras/ de profundo/

Senão saudades/ e mais saudades/ de coisas... Pretéritas!

Coisas estas bem maiores/deveras/ que o enorme mundo!...

 

-Ora, e eu que/ingenuamente/ as imaginava/deveras/

Terem-se ido embora pra sempre/ lá pras bandas das cucuias/

Quando na verdade/ elas/ as coisas, pretéritas/essas danadas/

Nunca se foram/ completamente... Deveras!

 

-Mas, se deveras/ elas ainda se aboletam...( Insistentes!)

No reverso de mim/ onde me escondo com freqüência/

Então/ hei de relembrá-las até que elas se espantem/

Definitivamente/lá pra onde eu não as defronte... Jamais/ Deveras!

 

RELMendes 20/11/2016

 

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

SIGO MEU CAMINHO


Sim sem jamais olhar o que ficou pra trás
Pois no detrás de mim ficou, quiçá, coisa
De pouca monta, já que tudo que preciso
Está aqui comigo. Ou seja:
- Eu, pois moro em mim!

Ás vezes, se as encontro, eu rego flores...
Ainda que não sejam minhas. Mas rego-as!
Porque encantam-me sobremaneira, e também
Perfumam-te a ti e a todos que nelas tocam.
Regá-las é como se cuidasse de mim e de ti
E de todos que se dispõem a perfumar a vida.
É como se me esperançasse de que aquelas
Flores que agora águo, amanhã serão árvores
Aonde poderemos nos sombrear ao relento da vida
Quando a envelhecêcia em nós se inquilinar
Até a partida final! Por isto eu as águo!

RELMendes – 11/11/2019


segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Quem sonha sozinho apenas sonha


Quem não equaliza seus sonhos
Com os da pessoa que diz amar
Certamente corre o sério risco
De ver seus sonhos morrerem
Na praia das utopias impossíveis.

Então doravante ao saber disso
Não hesitarei jamais em sempre
Equalizar meu sonhar ao sonhar
De quem digo amar pra que
Meu sonhar e o sonhar do meu bem
Desabotoem-se em nós a olhos vistos.

Relmendes – 24/09/2019

quinta-feira, 4 de abril de 2019

O que fazer com um novo amanhecer?


-Ora! Dê-lhe sorrisos largos, a esse novo dia em chegada...
E viva-o! Mas viva-o pleno de contentamento sem fim.
-Ora!Abrace-o radiante de alegria, a cântaros,
Vez que uma nova chance de viver lhe é dada pra ser vivida, Alegremente!
-Ora!Aconchegue-o no berçinho de tu’alma lotada de gratidão,
(aos borbotões.)
Senão, deveras estarás morto. Sem o saberes, contudo.
-Ora! Embale-o, carinhosa e cuidadosamente,
Na gangorra dos braçinhos do teu coração...
Pois é um belo presente, dado-te a ti por mais um dia
Para que o vivas em plenitude.
- Ora! Se o ganhamos assim, graciosamente,
Pois que vivamo-lo lampejantes de felicidade!

RELMendes – 03/04/2019


segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Janelas trazem-nos lembranças




-Ah, elas sempre sussurram-me pretéritos!
-Delas percorro-me ao que fui.
E engasgado rumino á beça aquilo
Que poderia ter sido. E não fui!
-Delas as estripulias ( d’outrora)
Pululam-me n’alma aos montes.
E eu me brinco de criança traquina.
Ou algo que o valha. Sei lá.
-Delas por momentos alheio-me
De tudo. Menos dos sonhos.
Estes fluem aos borbotões.
E navegam-me de presente.
Para jamais ancorar-me
Em pretéritos mal vividos.

RELMendes – 03/01/2019


quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Triunfante é quem tem o domínio de si mesmo

(Assim quiçá contribuirá melhor com o processo civilizatório)



Embora a vida real não tenha um roteiro a ser seguido
Eu cá comigo verdadeiramente acho muito que:
- Quem bem se controla pra seu próprio contento
E  também ao de todos os demais a olhos vistos  
Possui a força de transformar-se sem cessar todo dia,
E não se permitirá jamais senão a ser luz lampejante
Por onde quer que venha a pés em chão caminhar
No escorrer dos dias que a vida lhe ofertar generosa
Pra nunca deixar de iluminar a quem quer que seja
Que por ventura ou desventura encontre-se nublado
Pelos desmandos de seu próprio descaminho pessoal
Aos quais não soube nem saberá nunca como pôr-lhes rédeas  
Com assaz firmeza sem hesitar quiçá um só instante sequer!


RELMendes – 24/10/ 2018

terça-feira, 2 de outubro de 2018

DESIDOSAR


-Se isto, DESIDOSAR, é totalmente
I-m-p-o-s-s-í-v-e-l...
Então, convivamos muito bem:
- Com a nossa idade acumulada
(Ou como se diz por ai: - Apenas
juventude amontuada, uai!)
- Com as nossas vistas turvas...
(É só andar às apalpadelas uai!)
- Com as nossas pernas a tropeçar incertas
Por aqui e também por lá acolá...
(Ora, é só caminhar sem desanimar uai!)
- Com as galhofadas ou chacotas...indecorosas,
De pessoas mal-educadas...
Quer jovens...inconsequentes,
Ou quer até também idosos...inescrupulosos,
Que já velhos se esquecem que o são...ora!
(Uai, enquanto os cães ladram...
a carruagem passa...sô!)
- Com o descaso inconcebível,
Abandono deplorável...
E maus tratos absurdos
Com que manipulam seus idosos
Alguns filhos, parentes e afins...
(Uai, precês ai, faz-se um BO que, nesses casos,
por força dos ditames da lei do Estatuto do Idoso,
é ACONDICIONADO,
isto é, prossegue por si só,
independente de advogado,
pelos os tramites da JUSTIÇA, sô!)
E com tantos outros com"s...
Com os quais temos
Que conviver diariamente...
Independente de nosso "Status Quo"!
Ara! É só prosseguir sempre enfrente...
Sem desanimar... Jamais uai!

-Putzgrila! Mas ainda bem que ,ainda hoje,
Podemos levar conosco...
Tudo, tudinho...mesmo,
Que caiba em nossos bolsos...remendados,
Ou em nossos embornais...enxovalhados,
E também, em nossos corações generosos...
Aonde amealhamos n’alma...gentil,
Sonhos nunca ditos e esperanças tantas...
Daí nossos corações ainda pulsarem...fortemente:
Por quem acalentamos...carinhosamente,
Um dia lá no pretérito...distante,
E por quem se dispôs...hoje,
A deslizar conosco...pela vida,
Em busca das coisas
Lá na frente.

RELMendes 01/10/2016

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Amar... Só se for agora!


-Nunca espero as estrelas despencarem
Ao amanhecer para eu dar cabo ao meu
Amor despudorado vez que muito me apraz
Que ele aconteça sob o claro luar argênteo...

-Nunca espero jamais o sol não está mais a pino  
Pra eu retornar ligeiro ao nosso ninho de amor...
Pois antes que o crepúsculo adormeça, almejo
Lançar-me sem hesitar em teu aconchegante regaço
E ao se achegar a noite, quer enluarada ou em breu,
Encontrar-nos-á por decerto um agarradinho ao outro
Tentando eternizar de toda maneira aquilo que
Por si só e em si mesmo já transpira eternidade...

RELMendes – 21/09/2018


sábado, 8 de setembro de 2018

Quem sou eu?


-Ah! Eu sou apenas um passarinho...
- Ora sonso à beça
- Ora serelepe por de mais
Que sempre foge espantado...
Se importunado impertinentemente
Por alguns curiosos... indiscretos e inesperados,
Que de repente se achegam sorrateiros
Sem serem esperados nem tampouco convidados.

-Ah! E que sempre quando importunado
Refugia-se lá  pelas bandas do detrás de si mesmo,
Que devem ficar...penso eu, no esconderijo
De seus singelos versinhos ternurentos.

-Enfim, eu sou apenas um passarinho...
Ressabiadíssimo, sempre prestes a ir e vir
Voando  voando  a brincar nos ares
Até pousar sereno ou alopradamente
No aconchego macio de sua amada...
E fazer a noite bocejar arrepiada de inveja.

RELMendes -  04-05-2015

Segredo do “AMOR” que nunca termina...



-Calado... Observava atento:
- O palmilhar sorrateiro do “AMOR”
Que, ziguezagueando, se achegava  discreto...
Para surpreender , repentinamente,
Àqueles que, a calacearem por ali desprevenidos,
(Lá em seu tortuoso caminho de solidão),
Ansiosos  esperavam...pelo “AMOR” anelado,
Sem titubearem um só instante sequer!

-O “AMOR.”..  Ah , o “AMOR”!
Ele, o amor ,nada tem  a ver
Com a alucinada paixão avassaladora
Que violenta. sem pena, nem dó...
O vadio coração...de qualquer um
Que ousa insistir em lhe dar trela!

-O “AMOR”... Ah, o “AMOR”!
Ele é algo totalmente divino,
E porquanto, é algo que nunca termina!
Porque sutilmente...aos pouquinhos,
Ele vai alinhavando, um ao outro,
De seus agraciados, até uni-los para sempre
Com seus ternos vínculos de eternidade...

Montes Claros(MG), 23-01-2012
RELMendes

sábado, 28 de julho de 2018

Quem se faz de cego não percebe nada


-Se estou de posse de minha visão
Em plenitude total...
Por que não treinar melhor meu olhar
Para perceber o que faço tornar-se invisível?

-Há coisas lindas ou tristes demais
Para as quais fazemos vistas grossas:
- O maltrapilho faminto a esmolar
- Os esmoleres dos sinais de transito
- O deficiente visual atabalhoado
Com a péssima acessibilidade
Por onde tenta caminhar...
- Os idosos (as) tentando atravessar
Uma rua...qualquer desapercebidos
- O vizinho doente que carece de nós
Para amenizar sua solidão insuportável
- As criançinhas desdenhadas pelos
Seus progenitores desalmados...

-Ora! Pra se ter uma vaga idéia
Dessa triste cegueira lamentável...
Nem o desabrochar discreto... mas belíssimo!
Das alvas camélias ao anoitecer em nosso jardim
Percebemo-lo a contento vez que hoje em dia
Não somos afeitos a contemplar a beleza escondida
No secreto das coisas simples...

RELMendes – 24/07/2018


sexta-feira, 20 de julho de 2018

Ora! Ainda há tempo para mudarmos!



-De nada valeu fingir-se pessoa de bem
Se teu coração de pedra jamais se escondeu
Num único gesto de compaixão para com quem
Precisou urgentemente do teu avarento auxílio...
Ora! Ainda há tempo para mudares!

-De nada valeu fingir-se pessoa de bem
Se tua língua ferina jamais se omitiu
Em denegrir a imagem daqueles que
Por ventura ou desventura não tiveram
Outra opção de vida senão a de viver
Ou conviver contigo tão maldizente...
Ora! Ainda há tempo para mudares!

-De nada valeu fingir-se pessoa de bem
Se jamais no percurso dos teus inúteis dias
Preocupastes-te em dar um bom dia sorrindo
Ou simplesmente perguntastes a alguém:
- Como vai você? - Apareça mais vezes!
Quem sabe ainda não te espantes
Ao te pegares dizendo em alto e bom som:
- Bom dia amigos! - A vida é muito mais bela
Com vocês por perto viu?
Ora! Ainda há tempo para mudares!

RELMendes -19/07/2018


terça-feira, 26 de junho de 2018

O Amor Cristão transcende às belas palavras




-Quem verdadeiramente ama a Deus
Tem a peito o amor a seu próximo

- Como aquele bom samaritano que socorreu a
Um desconhecido que fora assaltado e maltratado
Quase à morte por assaltantes de estradas
Que como aves de rapina surpreenderam
O pobre coitado pelo caminho -

-E com ele seu próximo partilha sem hesitar
Tudo o que traz consigo no momento do encontro
Se preciso for até as sandálias tão necessárias
Porquanto na hora calçam-lhe os pés a caminho!

RELMendes – 21/06//2018