Encontrei-me
com “Ele” pelas
quebradas da vida!
Este meu jargão remete-me às inúmeras vezes que tive a oportunidade de encontrar-me com o Senhor em minhas muitas andanças. Não por que seja melhor que ninguém. Mas sim porque, mesmo sendo, daqueles que pela terra perambulam, o mais abusado de todos os contraventores de seus preceitos divinos, a Ele ainda apraz visitar-me pra guiar meus passos pelas veredas da justiça. Então, feliz, dou-lhe graças, porque eterna é a sua misericordia.
Todos
nós, sem exceção alguma, temos os nossos caminhos de “Emaus e as nossas
estradas de Damasco”... Quer sejamos santos (Kadosh), quer pecadores de
quaisquer espécie (aqueles que se subjugam aos caprichos de seus próprios
instintos) e, sobretudo, quer aquel´outros...os marginalizados das periferias
da humanidade com os quais o próprio “Jesus” se identifica tão explicitamente:
“Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era
estrangeiro, e hospedastes-me;
Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste
me ver. Então, vinde a mim.” Como se pode observar, o Senhor Jesus não é
preconceituoso ( acolheu a samaritana, a cananeia, a adúltera, o centurião
romano, Zaqueu, Levi, Judas Escariotes, etc etc). Para mim o Senhor Yechuá
(JESUS, em aramaico) é a face humana de nosso “Papaizinho do Céu” ( Aba).
Assim é...porque embora o Senhor (Yhwh) abomine o “pecado” (– fonte da morte
-), Ele ama o pecador. A prova disto é nos ter dado seu único Filho para nos
resgatar do pecado (Aversio a Deo). Vide Jesus a pender na “Cruz do calvário”!
Portanto... afirmo com segurança que Ele, o Pai, nos ama a todos e por isto sempre está em nosso encalço. Claro...pra nos seduzir e salvar com sua misericórdia, que para mim esplende na pessoa de “Jesus”, o filho do “Homem”.
Agora, vamos abrir o baú de nossas
lembranças. Tentemos nos recordar dos tantos encontros que todos tivemos com o
Senhor. Penso que desde a nossa concepção Deus se achega a nós para nos “tecer
no útero materno”. Sendo Ele o “Artesão Divino” de todos nós, está sempre a
nosso lado pra cuidar de nós como pertença sua.
“Ele”
palmilha, lado a lado conosco, as trilhas que vamos percorrendo ao longo da
vida e vai “nos instruindo e nos ensinando os caminhos que devemos percorrer”.
Repito: Ele está sempre a nosso lado. Às vezes tão sutilmente que nem
percebemos sua proximidade. Isto para que não nos inibamos ou fiquemos tão
extasiados em sua divina presença, a ponto de não conseguirmos fazer mais nada,
senão contempla-lO... E se assim for, quem levará sua mensagem de boas novas
pelo mundo afora? Se ficarmos só extasiados em face de tamanho encantamento,
quem evangelizará o mundo? Embora de nada valha o meu achismo, penso que
devemos equilibrar a proatividade de “Marta” com a serenidade contemplativa de
“Maria”que tanto encantou a “Jesus”. Elas eram irmãs de Lázaro, aquele que
Jesus ressuscitou após três dias de morto lá em “Betânia”.
Contudo,
atentem para não se esquecer jamais de estar sempre aos pés do Senhor, porque
lá é que se apreende, abundantemente, seus divinos e eternos ensinamentos sobre
as “Coisas do Alto”.
Vez por outra,
mas só vez por outra, o Senhor se faz tão acintosamente presente, que nos
surpreende a nos chamar pelo nome no jardim de nossa displicência:
- Fulano,
fulano,você está ai? Isto costuma ocorrer sempre que nos deixamos conduzir só
pelos ímpetos de nossa condição adâmica, vez que tal atitude nos embrenha,
inevitavelmente, nas encruzilhadas ardilosas da vida humana que, quase sempre,
são de difícil saída.
Então, ali, no
imo de nós, O questionamos: - Senhor, eis me aqui, por que procuras-me? E “Ele”
em sua infinita e “eterna misericórdia”
nos responderá: - Porque simplesmente “És a pupila de meus olhos” e não há como
esquecer-te, vez que “te tatuei na palma de minha mão”.
Tudo isto
costuma acontecer no imo de nós mesmos, templo do Espírito Santo, de uma
maneira surpreendentemente simples. É como se o imo de nós mesmos fosse o
caminho de Emaus ou a estrada de Damasco, e nós estivéssemos a percorrê-lo
desiludidos e desencantados com as inúmeras agruras do cotidiano. Mas,
inesperadamente, “Ele” se desnuda através de uma encantadora epifania ou teofania esplendida. E ai, então,
saboreamos uma alegria e uma felicidade de inenarrável ternura. A felicidade e
a alegria são tamanhas que desejamos compartilha-las com todas as pessoas.
Embora, na verdade, as vezes nos sintamos tentados a permanecer ali,
egoisticamente, com o nosso inenarrável tesouro espiritual.
Mas... se
procede verdadeiramente de Deus essa “parusia”- manifestação gloriosa do Senhor
em nosso interior -,
certamente
retomaremos o caminho da generosa partilha, com todos, do real motivo de nossa
imensa e intensa alegria: -Encontrei-me com o Senhor!
Tenho por
certo que a constatação da boa
procedência de tamanha alegria se confirmará nessa nossa disposição de
partilhá-la com todos os irmãos. Só assim seremos mensageiros dessa boa nova.
Esse momento da partilha é muito gratificante porque proclamaremos que “Ele”
nos seduziu e nós nos deixamos seduzir, já que o Senhor nos ama e não desiste
jamais de nós. “Deus é fiel”!
Contudo, é bom
que se diga que essas epifanias são muito mais raras que os célebres e
demorados “Silêncios de Deus”.
Então...SHALOM!
Montes
Claros (MG), 14-09-2014
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