segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Nem “alouettes” nem poetas... Apenas passarinhos!



Penso que talvez haja algo em comum
entre passarinhos e poetas...
Ah se penso!

Contar-lhes-ei um segredinho
quase infantil...quase ingênuo...
Mas que a mim...tanto me encanta!

Certa feita li em um livro qualquer:
- Passarinhos não morrem jamais...
  Simplesmente, desaparecem...
  Silenciosamente, discretamente...
  Sem estardalhaço algum.

E desde, então, pergunto-me:
- Será porquê, hein?
Intrigado...sempre respondo-me:

Ah! Talvez isto aconteça, porque
Cantam...
Solfejam...
Rodopiam...
graciosamente,
pelos ares...a voar
displicentemente...
como os pequeninos
“alouetes”da velha Gália
de tantos poetas...

Os passarinhos...simplesmente,
Vivem, cantam, solfejam e voam...
sem jamais se preocupar
em amealhar bregueços alimentares
ou em esconder seus maviosos
malabarismos poéticos
que a nós nos deixam boquiabertos.  

Assim também o fazem...imagino eu,
os fascinantes poetas de qualquer parte
desse mundaréu afora:
Rodopiam...
- à bel prazer das inspirações desatinadas -
Brincam...
- com palavras
  como se feitas de letrinhas
  de macarrão colorido,
  aquele próprio pra se fazer
  sopa de bebês gulosos 
  ou de velhinhos salientes enfim -
Tecem...
- versinhos encantadores -
Bordam...
- poeminhos e poemões inebriantes -
Declamam...
 - a qualquer hora e em qualquer lugar:
   versinhos, poeminhos, sonetinhos, etc etc... -

Ah! E depois de recitá-los...a granel ou em atacado,
simplesmente, desaparecem... feito passarinhos
em final de colheita em arrozal, milharal, etc e tal!
Enfim, para mim os poetas são passarinhos encantados...
e os passarinhos são poetas encantadores,
e pronto...ora, sementinhas saborosas!

Montes Claros (MG), 06-10-2014
RELMendes

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