Penso que talvez
haja algo em comum
entre
passarinhos e poetas...
Ah se penso!
Contar-lhes-ei
um segredinho
quase
infantil...quase ingênuo...
Mas que a mim...tanto
me encanta!
Certa feita li
em um livro qualquer:
- Passarinhos não
morrem jamais...
Simplesmente, desaparecem...
Silenciosamente, discretamente...
Sem estardalhaço algum.
E desde,
então, pergunto-me:
- Será porquê,
hein?
Intrigado...sempre
respondo-me:
Ah! Talvez
isto aconteça, porque
Cantam...
Solfejam...
Rodopiam...
graciosamente,
pelos ares...a
voar
displicentemente...
como os
pequeninos
“alouetes”da
velha Gália
de tantos
poetas...
Os passarinhos...simplesmente,
Vivem, cantam,
solfejam e voam...
sem jamais se
preocupar
em amealhar
bregueços alimentares
ou em esconder
seus maviosos
malabarismos
poéticos
que a nós nos deixam
boquiabertos.
Assim também o
fazem...imagino eu,
os fascinantes
poetas de qualquer parte
desse mundaréu
afora:
Rodopiam...
- à bel prazer
das inspirações desatinadas -
Brincam...
- com palavras
como se feitas de letrinhas
de macarrão colorido,
aquele próprio pra se fazer
sopa de
bebês gulosos
ou de velhinhos salientes enfim -
Tecem...
- versinhos
encantadores -
Bordam...
- poeminhos e
poemões inebriantes -
Declamam...
- a qualquer hora e em qualquer lugar:
versinhos, poeminhos, sonetinhos, etc etc...
-
Ah! E depois de
recitá-los...a granel ou em atacado,
simplesmente,
desaparecem... feito passarinhos
em final de
colheita em arrozal, milharal, etc e tal!
Enfim, para
mim os poetas são passarinhos encantados...
e os passarinhos
são poetas encantadores,
e
pronto...ora, sementinhas saborosas!
Montes Claros
(MG), 06-10-2014
RELMendes
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