-Às vezes...no
passo a passo dos dias,
Perco-me em
vazios tamanhos...
Que até a
língua esse órgãozinho...insensato,
Ora
bendito...porquanto abençoador,
Ora
maldito...porquanto maldizente,
Aquieta-se
mercê do nada em mim...
Pois nos
desvãos dos desejos de minh’alma
Sedenta de
teus gemidos de prazer
Nada nesse
exato agora se alberga
De útil ou de
inútil,
Que a possa
fazer tremular...à beça,
Quer em bênçãos
ou maledicências,
Já que em mim
neste então...
Nada
palpita...fremente, senão desejos...
Senão um
coração...carente de tuas ausências
De teus
chamegos de teus afagos indecentes
E totalmente desprovido...no
momento,
De violino fagote
trombone saxofone
Gaita ou
quaisquer outros
Instrumentos
musicais...
E a caminhar
sem chão...quero-te!
-Mas se quiseres...enluaro-me,
apenas!
-Ah! Pra te dá
prazer não me delimitarei
Por nada desse
mundo:
-Finjo até que
estou alegre...tão-somente,
Mas quero-te
agora!
-Faço como os
passarinhos...
Reamanheço-me...cantando,
Mas quero-te
agora!
-Toco qualquer
bandolim ou algo do gênero,
Quem sabe um
clarinete ou um flautim?
Mas quero-te
agora!
-Faço aragem
no céu dos céus...
Em busca de um
punhadinho de estrelas
Para
enfeitar-te os belos cabelos encaracolados
Totalmente
embaraçados ao vento...
-Mas se quiseres...enluaro-me,
apenas!
-E por fim de
peito aberto rasgado lavado
Tirarei dele
modinhas trovinhas algo assim
E as
balbuciarei aos teus ouvidos sedentos
De palavras
banais ou sussurros salientes...
Acariciar-te-ei
muito...lambuzando-te
Com a ponta da
língua...salivando,
O pescoço o
ventre as orelhas arrepiados
Enquanto a
estrebuchar ensandecido de amor
Na relva no
jardim na cama ou detrás dos muros...
Urro gemo estremeço-me
de calafrios suspiro
E...desleixadamente,
encho-me de eternidades...
-Mas se quiseres...enluaro-me,
apenas!
Montes Claros
(MG) 24/07/2016
RELMendes
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