Apenas uma
estorinha de nada...ora!
-Só pode
entender
O que balbucio...cá
comigo,
-Quem que...como
eu,
É abelhudo...curioso
e intrometido,
-Quem
que...como eu,
For capaz de
perder...tempo
Em
bisbilhotar...por horas a fio,
Sem olhar no
relógio...sequer,
Só pra ficar
curiando...
No que possa
estar ocorrendo,
Bem ali, em seu
jardinzinho florido...
-Veja só, o
que, não raramente, tenho visto e ouvido
em meu
jardinzinho lá no fundo do quintal:
- Ainda outro dia mesmo...
Sem ser
percebido...de forma alguma,
Vi...com os
olhos d’alma sem véus algum...
E juro que,
também, ouvi...com minhas orelhas de abano,
E com os
tímpanos do meu coração sensível...
Um tal
beija-florzinho brejeiro...bem safadinho,
Que - Em se
sentindo mesmo o tal,
Porquanto belo
e ternuroso -
Dava-se ao
luxo de abarrotar...
Com seus
lenga-lengas ternurosos,
As orelhinhas
das florzinhas do meu jardinzinho,
Dizendo-lhes a
cantar...
Enquanto
saboreava-lhes o mel vital:
-Ó...encantadoras
florzinhas cheirosinhas...
Desculpem-me,
mas, estou invadindo
O vosso espaço
existencial...
Pois, como eu
não sou daqui,
Nem dali...e
nem tampouco
De lá acolá...
Então, tenho
por conta, cá comigo mesmo,
Que sou de
todos os jardinzinhos do mundo
Aonde eu as
possa encontrar...ora!
- Irrequieto,
ansioso e veloz...
Ele...o
beija-florzinho safadinho,
Pensou consigo
mesmo:
Ah! Se essas
florzinhas docinhas e cheirosinhas...
Caírem no
nesse meu blá...blá...blá,
Ou minha lábia
de cameló sedutor...
Ai ai ai...minha
tramóia, então, dará certinho...
E aí, então: -
Eu creu...no mel delas!
-Sem hesitar, ele,
o beija-florzinho safadinho...
Para tão-somente
entreter, distrair e impressionar
As cheirosíssimas
florzinhas docinhas,
- Enquanto, sugava-lhes
o mel vital -
Forjou alguns
rodopios mirabolantes...
Tentou até solfejar
alguns bemóis maviosos
Com seu canto
quase inaudível de duplo som,
Arrancou penas
de suas asas esvoaçantes
Ao voar e voar
tão rapidamente...
E fez mais o
diabo a quatro pra seduzi-las enfim...
-Perguntei-lhe
então:
-Mas... Senão
havia outro interesse...
Que não o de
surrupiar o mel vital das florzinhas,
Por que,
então, tanto atabalhoamento...
Oh, seu
beija-flor abelhudo?
-Então, ele empurrou-me
essa resposta aqui:
-Ah, simplesmente,
porque eu não queria
Despedaçar-lhes
os coraçõesinhos perfumosos...
Ao revelar-lhes
que meu único desejo era, tão-somente,
O de surrupiar-lhes
o saboroso mel...e nada mais!
- Pois
é!... Pensando bem...não fora de toda vã
essa parafernália
De
performances beija-florzeiras...porque:
Ah! Elas...as
florzinhas, enamoradíssimas,
Rindo-se de
dentro pra fora...
Exalaram-se em
perfumes...de todos os aromas,
E perderam-se
em estado de poesia...viu só?!
Montes Claros
(MG) 20/07/2016
RELMendes(Romildo
E L Mendes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário