sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Ouvindo o alvorecer do sertão!...


O sussurro do alvorecer
Faz-se poeticamente escutar...
Ao pressentir os primeiros raios de sol...
Que ameaçando rasgar o firmamento...
Irão apagar as estrelas.
Estrelas...
Candelabros à noite acesos
Para pontilhar de luz a escuridão noturna
Que o peregrino extasiado
Insiste em contemplar
Mais um pouco ainda...

Então...
Prorrompe o sussurro do alvorecer
Impondo o limiar de um novo dia...
Anunciado pelo orquestrar de vozes de animais:

Soa o cacarejar, paulatino e impertinente, do galo...
Multiplica-se o pipilar de pardais irrequietos...
Zune compassado...
O chilrear de periquitos...
A esvoaçar sincronizados,
No horizonte sem fim...
Intensifica-se o guinchar dos suínos famintos...
E o mugir melancólico dos bovídeos...
E de imediato,
Cessa o coaxar dos sapos,
Que resilientes, se ocultam...
No sombreado de grossas folhas sobrepostas,
Ou seja, nas hastes das multicoloridas bromélias...
Transbordantes de sereno recolhido.

O sol abusado...
Ao clarear o horizonte infinito...
Forçou a partir a noite   
Que ao fugir...
Abandonou nas pontas do verde capim
Minúsculas gotas brilhantes de orvalho...
Talvez lágrimas transparentes de sereno...
Ou apenas rastros delicados
De quem, de súbito,
Forçada teve que se retirar
Mesmo sem desejar partir...

Agora instalado o dia...
Debruço-me nas asas da imaginação...
E deixo-me palmilhar trilhas iluminadas...
Por entre touceiras de girassóis...
Dourados e dourantes,
Que balouçam desconjuntados
Ao sopro da frígida brisa matinal....
                                                                                 
Montes Claros(MG), 15-09-2011
RELMendes




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