-Êta devagar com o
andor porque o Santo é de barro!
-Não há coisa, tão
bem urdida, neste mundo,
Que mate a jornada
da dor d’alma de um sofredor
De tantas saudades
tão bem escondidas
Nos desvãos de seu
pretérito!
-Nem tampouco há
coisa, tão bem urdida,neste mundo,
Que mate a imensa gastura
da dor da fome de alguém
Que não tem o que
comer quando está faminto!
-Pode-se até tecer
incontáveis suposições
Perder-se em
conjecturas mirabolantes
Mas senão as
desgutamos, na própria pele,
Difícil é sentir
tais dores que pululam na pele de outrem,
Que a lamentar-se
de suas agruras constantememte
Faz-nos quebrar
esquinas, entrar em becos excusos
Pra nos livramos
de ouvir seus intermináveis lamentos
-Êta devagar com o
andor porque o Sasnto é de barro!
-Entretanto, permitamo-nos
fazer a diferença:
- Sejamos
atenciosos apesar dos pesares sim
- Usemos e
abusemos da paciência pra ouvir mais sim
- Acolhamos...despretenciosamente,
A quem nos busca sim
-Sejamos
longanimos em nossos julgamentos sim
etc & tal
-Enfim, como diz
Drumond(Carlos):
- Que pode uma criatura senão,
entre criaturas,
amar?
RELMendes
25/04/2017
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