terça-feira, 23 de outubro de 2012

Desvairada transparência



-Quando estou como estou agora,
Pássaro ferido de amor...
-Não silencio nem me escondo,
Posto que até declamo esse amor
Em versos poemas ou poesias...
Em qualquer esquina que paro,
Para quem quiser me ouvir...
-Nem postergo o seu conhecimento
Para depois de amanhã...
Posto que agora...em um botequim qualquer,
Declino-o...sem pundonores algum,
Para que todos saibam...antecipadamente,
A qualquer especulação duvidosa...   
Que estou neste agora...
Pássaro, profundamente, ferido de amor...

Então, por favor...
Lancem depressa por ai afora...
Quem sabe quiçá ao vento,
Ou quiçá...à boca miúda,
Todos os versos ou os versos todos
Todas as palavras ou as palavras todas
Desse nosso poema de amor
De uma paixão desvairada
Que só nós dois é que sabemos
O quão ele é plenamente intenso...
-Posto que o vivenciamos neste agora,
Quão ele é impossivelmente eterno
-Posto que é certamente finito...
Porém desconfiamos profundamente
Que certamente ele se esconderá
Nos desvãos de uma saudade infinda...
Vez que nesse nosso então...
A nós nos enche de contentamento
E de um inenarrável prazer sem fim.

Montes Claros, 18-10-2012
RELMendes         


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