domingo, 2 de setembro de 2012

Ah! João Gomes?!... C´est mon oncle...

                    ( um tiozinho supimpa!...)


Êpa, espera ai!
Gritam-me abusadas...
As lembranças...
Que insistem
Em questionar-me:

Quem é aquele amigo
Muito viajado pelos mares,
  (Hábil faxineiro de convés de navios)
Marinheiro desertor,
Pobre aposentado...
Excelente cozinheiro
Que é chegado
Num gole da branquinha, hein?

Ah! C`est mon oncle,
Espantado, respondo!...                                                                        

Quem é aquele amigo recatado,
De sorriso farto e largo...              
De olhar discreto e ressabiado,
De voz forte e agradável
Que, contente, sempre te acolhia
Logo que chegavas...
Ao Rio de Janeiro, hein?

Ah!Tenham por conta
Que certamente
C`est mon oncle!

Quem é aquele amigo sorridente
Que, vez por outra, te convidava
Pra contemplar os navios lá no porto, ancorados,
E pra degustar, depois de um longo role,
Aqueles gostosos camarões, ao alho e óleo,
 Num boteco qualquer lá da Praça Mauá, hein?

Ah! certamente...
Eu sei quem é!
É o meu tio João Gomes, um cara incrível,
Que conseguia esconder sua tristeza
Sob o delicado véu de sua envolvente alegria,
E da gentileza de seu surpreendente sorriso...
Portanto, esse amigo generoso do qual lhes falo,
C`est mon oncle...João Gomes,
Um tiozinho supimpa!...

Obs: C`est mon oncle= é meu tio.


Montes Claros (MG), 14-05-2012
RELMendes



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