( um tiozinho supimpa!...)
Êpa, espera ai!
Gritam-me abusadas...
As lembranças...
Que insistem
Em questionar-me:
Quem é aquele amigo
Muito viajado pelos mares,
(Hábil faxineiro de convés de navios)
Marinheiro desertor,
Pobre aposentado...
Excelente cozinheiro
Que é chegado
Num gole da branquinha,
hein?
Ah! C`est mon oncle,
Espantado,
respondo!...
Quem é aquele amigo recatado,
De sorriso farto e largo...
De olhar discreto e
ressabiado,
De voz forte e agradável
Que, contente, sempre te
acolhia
Logo que chegavas...
Ao Rio de Janeiro, hein?
Ah!Tenham por conta
Que certamente
C`est mon oncle!
Quem é aquele amigo
sorridente
Que, vez por outra, te
convidava
Pra contemplar os navios lá
no porto, ancorados,
E pra degustar, depois de
um longo role,
Aqueles gostosos camarões,
ao alho e óleo,
Num boteco qualquer lá da Praça Mauá, hein?
Ah! certamente...
Eu sei quem é!
É o meu tio João Gomes, um
cara incrível,
Que conseguia esconder sua
tristeza
Sob o delicado véu de sua
envolvente alegria,
E da gentileza de seu
surpreendente sorriso...
Portanto, esse amigo
generoso do qual lhes falo,
C`est mon oncle...João
Gomes,
Um tiozinho supimpa!...
Obs: C`est mon oncle= é
meu tio.
Montes Claros (MG), 14-05-2012
RELMendes
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