quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Pegadas d´ outrora!...

(arrochos de bem antigamente)



Ah! Não há no mundo quem não saiba
Que no percurso da vida
Tive muitos amores:
- Uns paixão verdadeira e intensa
 ( nem outros subsequentes
   nem tampouco a batuta do tempo
   conseguiram apaga-lós
   completamente)
- Outros somente arroubos efêmeros
  De um coração juvenil apaixonado
  (se quão rapidamente vinham
   também quão ligeiros se
   diluíam no mundo encantado
   dos sonhos e das fantasias pueris enfim)
- alguns outros ainda
  Nada mais além
 Que marromabas safadas
  De um jovem inconsequente
  ( a se vergar à efervescência
    da libido desordenada)

Ah, meu Deus!
Sabe-se lá...
-Quantos beijos roubei
-Quantos cheiros
 sorrateiramente surrupiei
- Quantos arrochos
 Indiscretamente
Sem cerimônias eu dei...
Ah, quem dera sabe-los ainda?!

Ara! Então, volvamos lá ao pretérito
 ( hoje já tão distante)
 Pra eu cascavilhar saliências saborosissímas
Que não pretendo esquecer jamais
 (“nem bem de vagarinho”... ora bolas!)

Ah! Quantos beijos roubados?!
Ligeiras, com um suave empurrão
E um discreto sorriso...
Dos beijos elas se esgueiravam
Sorrateiramente...

Oh! As mãos curiosas...
E de espertezas cheias
Abusadas deslizavam
Por suas costas macias                                                            
E desnudas...

Ah, meu Deus!...
Como era maroto o nariz!...
Ávido, inalava o hálito
- De propósito - exalado
Pelas suas bocas aveludadas
Que de graça o ofereciam!...
 E pra completar
O bendito nasal
Ainda cheirava profundo
Suas enrubescidas cútis
Que deliberadamente, com sutil elegância
Delicadas a valsar elas as ofertavam 
Perfumadas...

Por fim...
Todos esses meus muitos amores
Prorromperam em mim abusados,
Só pra esculhambar o meu peito.
Pois fincaram no tempo

Suas estacas de saudade
só pra ungir de lembranças 
A eternidade de alguns momentos
Que ainda hoje serpenteiam... aloprados,
Pelo desenrolar de meus dias...

Montes Claros(MG),  05-02-2012
RELMendes

Um comentário:

  1. Ah! os amores. Ainda que passados, de todo nunca de fato passam. Ficam, ainda que em palavras e lembranças inapagáveis.

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